Existe arquitetura moderna em Goiás? Fruto da expansão da colonização para o interior no século XVIII através de extensa atividade mineradora, a Cidade de Goiás, localizada no centro-oeste brasileiro, integra, desde 2001, o rol das cidades que receberam título de Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a UNESCO. Esta inscrição se dá, sobretudo, por conter a cidade um importante e vasto registro da arquitetura europeia fora de seu território, como remanescente dos efeitos da colonização portuguesa no Brasil em seu período colonial. Assim, a imagem que se tem da Cidade de Goiás tanto a partir da memória do cidadão vilaboense quanto pelo olhar dos visitantes é a de um reduto colonial, cujo conjunto arquitetônico e urbanístico bem como sua história se vincula àquele período. Com o passar dos anos, ainda que com alguns esforços de modernização, a cidade não foi capaz de alterar sua paisagem cultural mantendo a predominância da trama urbana original, mas ao lançar olhar mais cuidadoso é possível perceber o surgimento de edificações de influências modernas, associadas ao repertório modernista, art déco e neocolonial. A inserção destas tipologias na poligonal de tombamento do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Goiás evidencia a complexidade estilística da área protegida, e este trabalho se propõe a contribuir no sentido de localizar, identificar e apresentar esse panorama da arquitetura moderna, ainda inédito na historiografia da cidade, respondendo à pergunta inicial sobre a existência de arquitetura moderna na cidade, de forma a sensibilizar a comunidade vilaboense acerca de seu patrimônio edificado não limitado ao período colonial e promovê-lo